

Este é o quarto artigo da coluna “Do’s & Dont’s da Comunicação Empresarial” de Silke Buss. Foi publicado na Vida Económica de 25/07/2025.
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Do’s & Dont’s da Comunicação Empresarial
O plano de fundo pode tornar uma vídeo-entrevista inútil
Hoje, vamos falar da comunicação visual! Como é possível que tantas empresas continuem a subestimar a força da imagem? Desta vez, abordemos a imagem em movimento. Há pouco recebi um vídeo de um meio de comunicação para “utilização livre nas redes sociais”. Tratava-se de uma breve entrevista a um cliente nosso numa feira. A qualidade do trabalho: inutilizável. E não era a questão da pronúncia errada e incompreensível do nome da empresa pela jornalista (que podemos evitar ao tomar a iniciativa de treinar o nome antes ou, se não resultar, corrigir, com charme, na entrevista). O ponto fraco do vídeo foi a comunicação visual. Imagine a seguinte cena: uma jornalista a entrevistar um gestor no stand da empresa. O stand: às moscas e com um colaborador numa mesa ao fundo a mexer no telemóvel durante toda a entrevista. O que interpretamos? Nenhuma pessoa está interessada na empresa, nem sequer quem lá trabalha. Claro que, provavelmente, o colaborador estava a tratar de assuntos comerciais. Contudo, a imagem não transmite isso, comunica antes desinteresse na entrevista.
Como fazer melhor? Uma vez que não podemos sempre contar com o profissionalismo dos e das jornalistas, recomendo controlar e eventualmente otimizar o cenário. No exemplo apresentado, pode-se convidar dois visitantes da feira para serem figurantes no plano de fundo da entrevista, em diálogo comercial discreto com o colaborador na mesa ou no balcão, sem som e gestos. Importante é posicioná-los de costas ou de lado para parecer natural não mostrarem interesse na entrevista a decorrer. O logótipo da empresa deve ser bem visível e o stand deve estar arrumado, mas com vida, ou seja, com brochuras na mesa, portátil, telemóvel, canetas, fingerfood etc. para transmitir ação. Recomendo fazer perspetiva, ou seja, inspecionar o cenário através da câmara e fazer uma verificação detalhada: O que vejo, o que me chama a atenção e quais as possíveis interpretações?
Naturalmente, o plano de fundo não pode ter elementos tão cativantes que desviem a concentração. É a entrevista que deve estar no foco.