Este é o terceiro artigo da coluna “Do’s & Dont’s da Comunicação Empresarial” de Silke Buss. Foi publicado na Vida Económica de 20/06/2025.

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Do’s & Dont’s da Comunicação Empresarial
Deixar esperar jornalistas? Nem pensar!

Quando o João Paulo saltou pelas escadas abaixo para ir buscar o grupo de jornalistas, fez-me recordar cenas parecidas às que assisti na Alemanha. No meu país de origem é muito usual ser o próprio diretor ou diretora a receber os e as representantes da comunicação social. Faz todo o sentido, já que investem o seu tempo para nos entrevistar, conhecer a nossa empresa e elaborar uma notícia. Por isso, recomendo vivamente a receção direta. É uma cortesia e uma forma bonita de transmitir o quanto valorizamos a visita. Ser colocado numa sala de reuniões para esperar meia hora pelo responsável também aqui, em Portugal, é inaceitável e já há muitos anos. Foi com a descrição exata de uma cena destas que o Expresso introduziu uma entrevista a um ou uma responsável do Lidl há mais de 15 anos. Adorei esse desabafo. Achei-o corajoso, transparente e importante, já que chama a atenção para uma falta de respeito que ainda hoje é muito comum.

Imagino pessoas a contestar que os/ as jornalistas também se atrasam. Claro, mas a sua situação é diferente: trabalham sob muita pressão, sempre a correr, e, a caminho da nossa empresa, podem apanhar trânsito, enquanto nós estamos no nosso escritório e podemos perfeitamente gerir o nosso tempo para os/as receber a tempo, certo? Para além disso, conseguimos comunicar profissionalismo e uma boa gestão através da nossa pontualidade. Recordo que a boa gestão de tempo é um dos três pilares da liderança. Assim, respeitar o fim do horário combinado com o/a representante do meio de comunicação social é igualmente profissional e respeitoso.

Muitas vezes não é preciso mostrar a casa. Neste caso, podemos facilitar a vida aos/às jornalistas e realizar a entrevista num lugar mais prático, mais perto da redação, diretamente na redação ou, se não forem necessárias fotos tiradas no momento, numa reunião online. Para os últimos casos – e não só – é fundamental termos excelentes fotos nossas na gaveta. Outra dica é escolher um lugar de fácil acesso e parqueamento (o ideal é proporcionar estacionamento gratuito), o que também se aplica nas conferências de imprensa, nos media lunches e noutros encontros com a imprensa. Esta é uma questão crítica que pode aumentar ou diminuir a adesão. Quanto mais longe e complicada for a deslocação, mais provável é a ausência do ou da jornalista. Tempo é dinheiro, também para jornalistas.