Pedro Silva é diretor-geral da OPCO que qualifica a indústria desde 2006

Faça o caminho com o acompanhamento de especialistas

No terreno, com conhecimento e experiência, a OPCO desenvolveu um GPS para orientar, capacitar e acompanhar as empresas portuguesas no cumprimento dos exigentes requisitos da indústria automóvel.
O GPS foi um pedido da Associação do Cluster Automóvel MOBINOV, desenvolvido em colaboração com a Volkswagen Autoeuropa, Bosch Car Multimedia e Continental Advanced Antenna. Passar de potencial a fornecedor do grupo Volkswagen, ou de outras OEM’s, é um processo exigente que pode levar meses a anos. Desde 2008, «a OPCO acompanhou, ao longo de todo o processo, 14 empresas com 17 fábricas em Portugal, bem como outras seis empresas no México, Espanha, Itália, República Checa e Polónia, tendo o último projeto tido lugar, de forma remota, com uma empresa na Califórnia, EUA. Todas elas obtiveram a aprovação da Volkswagen e ainda mantêm essa aprovação», sublinha Pedro Silva, diretor-geral da OPCO.

Nas palavras do responsável, «outros fabricantes automóveis têm modelos de seleção equivalentes com a Volkswagen, como é o caso da Stellantis, BMW, Mercedes e Ford, e a OPCO conhece-os e pode acompanhar as empresas candidatas a fornecedoras durante todo o processo, tanto na consultoria como na formação. Um acompanhamento que dura apenas o tempo necessário até as empresas ganharem conhecimento, logo, autonomia. O nosso papel passa essencialmente por capacitar as empresas a fazerem este processo de forma autónoma.»

O que é necessário para uma empresa ser fornecedora dos grandes fabricantes automóveis? Eis o passo a passo.

Passo a passo: de potencial a fornecedora do grupo Volkswagen

Conquistar a classificação A é o primeiro objetivo da empresa candidata. Para o alcançar, a base é a Certificação ISO 9001 e o compromisso de obter a certificação IATF. Com esta premissa, há que contactar a Volkswagen, pedir acesso ao seu portal e dar início à candidatura.

A próxima fase é a avaliação do cumprimento dos Requisitos Específicos do Cliente (CSR) relacionados com qualidade, serviço, preço, logística, ambiente e inovação mencionados no acordo Formel Q Konkret, onde se incluem os volumes suplementares Formel Q Capability, Formel Q Capability Software e Formel Q New Parts Integral. «Aqui estão expressas as regras do jogo para se ser fornecedor da Volkswagen», explica Pedro Silva e continua: «segue-se a fase de implementação dos CSR onde apoiamos em todo o processo, nomeadamente com as atividades relativas à implementação dos requisitos Formel Q e VDA 6.3».

Desde 2016, a OPCO traduz os manuais VDA para português de Portugal: «este conhecimento e esta experiência têm sido determinantes no acompanhamento às empresas da indústria automóvel e é para nós um reconhecimento da nossa competência», sublinha o diretor geral da empresa formadora e consultora do setor automóvel que conta com mais de 15 anos de experiência, acumulados com mais de 25 anos de experiência dos seus profissionais na indústria. A título de exemplo, «se falarmos das formações VDA, apenas das obrigatórias, que normalmente são pedidas pela Volkswagen temos, só em 2023, 181 ações.»

Com a implementação dos CSR, o próximo passo inclui a submissão de cotação a projetos específicos do cliente, onde os aspetos técnicos correm a par dos aspetos comerciais. Assim, a Volkswagen analisa tanto o desempenho como o preço «que é importante. O fornecedor pode ser muito competitivo, mas se não cumprir os requisitos de desempenho da Volkswagen não irá sequer passar à possibilidade de adjudicação. Aqui a OPCO tem conhecimento e sensibilidade para ajudar a cumprir os requisitos e atingir os objetivos definidos pela Volkswagen», refere Pedro Silva.

Durante este processo, a Volkswagen faz duas auditorias. Na primeira, após uma avaliação profunda do potencial fornecedor, realizada de acordo com a Análise de Potencial da VDA 6.3, classifica a empresa candidata como verde (bom), amarelo (condicional) ou vermelho (bloqueado). Na segunda, após uma adjudicação e próximo da entrada em produção, a empresa passou já pelas várias pré-series definidas pela Volkswagen. «Destas auditorias saem sempre planos de ações corretivas. Na sequência da segunda auditoria, uma vez implementadas as correções e após aprovação das amostras iniciais, a empresa pode iniciar a produção em série», explica Pedro Silva que alerta, no que diz respeito à certificação IATF: «um fornecedor novo, seja para a Volkswagen ou para a indústria automóvel em geral, precisa de ter um histórico de produção de 12 meses e da implementação dos requisitos da IATF, para poder ser auditado e receber o certificado IATF 16949.»

Depois de conquistar o lugar de fornecedor, como o preservar? É crucial manter-se a par dos requisitos e das exigências do fabricante e apostar em qualificação permanente.