A filial portuguesa do grupo alemão Deutsche Bahn (DB) disponibiliza dois comboios semanais entre Portugal e Alemanha para exportação e importação / O transporte ferroviário vale 10 milhões de euros por ano / A DB Schenker é líder da Europa nos transportes ferroviários e terrestres
Meio ano após a saída do primeiro comboio, a Schenker Transitários já reforça a oferta ferroviária entre Portugal e Alemanha: em vez de um comboio semanal saem, a partir de setembro, dois comboios, cada um com 32 vagões, que correspondem à extensão máxima permitida em Portugal de 480 metros. «Quando o segundo comboio sair, estará cem por cento carregado», garante o diretor de vendas da Schenker, Jorge Carvalho. Isto significa uma carga total de 703 toneladas por comboio, equivalente a cerca de 30 camiões.
No último meio século, a Schenker importou sempre mais da Alemanha do que exportou, mas as dificuldades financeiras das empresas lusas provocaram uma enorme quebra na importação. O desafio da Schenker é agora captar o interesse das empresas importadoras portuguesas. «O nosso produto é ideal para clientes com grandes cargas. Isto significa 20 a 30 transportes terrestres por semana. Deste total, o cliente pode passar uns cinco transportes para os caminhos-de-ferro, o que mostra consciência ecológica e visão», informa o responsável. «A grande vantagem, para além do contributo ambiental, é a estabilidade do preço e é, por isso, que falo em visão. De momento, os preços pelas duas vias – terrestre ou ferroviária – são idênticos, mas no futuro os preços do transporte ferroviário vão estabilizar. Estou convicto de que daqui a um ano, a realidade já será outra. Enquanto os preços dos transportes terrestres dependem da evolução dos custos de combustível e das portagens, os preços dos transportes ferroviários apenas sofrem aumentos conforme a inflação.» O novo serviço da Schenker permite assim um cálculo exato dos custos a curto e médio prazo.
A Schenker desenvolveu o serviço ferroviário em ano e meio
Em 2010, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) convidou quatro operadores logísticos a apresentar uma solução ferroviária para a indústria exportadora portuguesa. Sobretudo a indústria automóvel estava interessada em ter uma alternativa ao transporte rodoviário. «Como somos uma empresa muito saudável, com forte capacidade financeira, aceitámos o desafio e investimos neste projeto com futuro e amigo do ambiente», diz Jorge Carvalho. Durante ano e meio, a Schenker desenvolveu o projeto, juntando vários parceiros, nomeadamente a Deutsche Bahn (DB) para os terminais na Alemanha, a CP Carga para os terminais em Portugal e a Transfesa para os vagões e as caixas, assim como para as gruas em Irún, onde as caixas têm de ser transferidas para outro comboio devido às bitolas diferentes entre a Península Ibérica e o resto da Europa.
Uma vez estabelecidas a rede e a rota, a Schenker iniciou a fase de experiência. Em novembro e dezembro de 2011 enviou comboios para testar e acertar os timings. Em fevereiro de 2012 iniciou o serviço. Desde então, às sextas-feiras a Schenker carrega o comboio que sai na manhã seguinte da Pampilhosa, perto de Coimbra. Na terça-feira chega a Braunschweig depois de ter feito escala em Frankfurt. A entrega de mercadoria acontece às terças e quartas-feiras. O comboio no sentido inverso sai na sexta-feira de Braunschweig e chega segunda-feira de manhã a Pampilhosa. «É um tempo que um camião não consegue fazer», sublinha Jorge Carvalho. Este serviço criou cinco postos de trabalho.
A Schenker, que é líder europeu nos transportes ferroviários, vê também muito potencial nesta área de negócios para Portugal. Com dois comboios semanais conta com uma faturação adicional de 10 milhões de euros por ano.
A Schenker em Portugal
Há 60 anos no país, a Schenker Transitários, S.A. está hoje entre o top 3 do ranking dos operadores de logística e transportes em Portugal. Destaca-se por ser o operador mais completo, oferecendo um leque de serviços muito diversificado para os mais variados setores, entre eles os mais exigentes como o transporte de produtos alimentares com frio e produtos farmacêuticos com temperatura controlada. Sediada em Lisboa, a Schenker Transitários tem sete escritórios próprios e mais de 22 mil metros quadrados de espaço de armazenagem.
A nível mundial a DB Schenker emprega 91 mil colaboradores nos 2 mil escritórios distribuídos por 130 países.
A DB Schenker integra a divisão de Transporte e Logística do Grupo Deutsche Bahn e é um dos líderes mundiais em serviços integrados de logística, transporte terrestre, aéreo e marítimo, com um know-how e experiência que garantem o máximo rigor e fiabilidade no tratamento das transações comerciais.
A DB Schenker é o número um da Europa nos transportes ferroviários e terrestres. A nível global, é o número dois no transporte aéreo, o número três no transporte marítimo e o número cinco quanto aos contratos de logística.
Sobre a Schenker Transitários, S.A.
Volume de negócios em 2011: 91 milhões de euros
Previsão do volume de negócios em 2012: 91 milhões de euros
O volume de negócios 2011 gerido por áreas:
Transporte rodoviário 45%, marítimo 25% e aéreo 25%, logística 5%.
A Schenker emprega 300 colaboradores.